A procura pelo novo iPhone 12 parece ser superior à demanda pelo iPhone 11 nessa fase de pré-venda. Esta é a constatação do analista Mig-Chi Kuo, que é conhecido por acertar as previsões sobre a cadeia produtiva da Apple. De acordo com suas previsões, o novo celular já comercializou mais que o dobro de unidades do modelo anterior na fase de encomendas no ano passado.

No entanto, em um ano marcado pela pandemia e pela recessão econômica global, isso não parece impedir as pessoas de fazerem compras tão caras. Para se ter uma ideia, a expectativa é de que este aparelho no Brasil comece a ser vendido por R$ 14 mil.

Mais do que o marketing ostensivo da Apple, este recorde está relacionado a um estado de saúde mental da atualidade, como explica o neurocientista e psicólogo, Fabiano de Abreu*: “Com a ansiedade em alta, excesso de notícias ruins e incertezas, a necessidade de dopamina tornou-se um mecanismo de fuga para o estado psíquico atual”. A dopamina, ele explica, é “um hormônio neurotransmissor responsável pela sensação da recompensa e influência em nossas emoções, aprendizado, humor e atenção. Ela vincula-se a ansiedade já que esta promove a pendência a conquista que por sua vez libera dopamina”.

iPhone 12

Segundo Fabiano, “quando estamos entediados, tristes, infelizes, buscamos mais liberação deste mensageiro químico para nos sentirmos melhores”, o que certamente explica tamanha procura por este novo modelo de celular. Mesmo diante de um cenário onde a recessão será global, isso não impede as pessoas de se endividarem para adquirir o lançamento da Apple. De acordo com Abreu, "a cultura da realidade abstrata promovida pela rede social, faz do iPhone um ótimo candidato para a ostentação onde só pode tê-lo quem tem dinheiro. Isso também faz liberar a dopamina pela conquista em acreditar que outras pessoas estão admiradas, assim como pelas imagens que proporcionam boas fotos para que tenha mais conquistas de likes e follows. A riqueza por ser vista como uma conquista, ameniza a insegurança".

Com vários materiais publicados sobre o assunto, o neurocientista Fabiano de Abreu assina um artigo científico sobre dopamina, fadiga e ansiedade e foi publicado na Emil Brunner World University, uma universidade que fica em Miami, nos Estados Unidos.



Fonte: Tecmundo